Templo vivo que acolhe centenas de milhares de peregrinos e os ajuda a reafirmar-se ou a descobrir-se como seres espirituais.
A Catedral de Santiago de Compostela teve a sua origem num modesto templo que o rei Afonso II mandou construir para abrigar o túmulo do apóstolo Santiago. Este rapidamente se tornou muito pequeno para acomodar os peregrinos que começavam a chegar, de modo que, por ordem de Afonso III, no ano de 899, iniciou-se a construção de uma nova igreja em estilo pré-românico. O auge alcançado pelas peregrinações a Santiago de Compostela ao longo dos séculos X e XI, juntamente com o forte apoio recebido da Igreja e da Monarquia, levou à construção de uma grande catedral, cujas obras começaram por volta do ano 1075, no tempo do rei Afonso VI e do bispo Diego Peláez, e que conduziram ao grande templo que hoje podemos contemplar.
A catedral foi construída em alvenaria de granito com coberturas de lajes do mesmo material. Construção românica com planta em cruz latina, braço longitudinal e transepto de três naves, deambulatório à cabeceira e tribuna que percorre todo o perímetro; capelas laterais que se distribuem ordenadamente por todo o templo e têm um espaço com uma individualidade própria. Naves laterais cobertas por abóbada de arestas, nave central com abóbada cilíndrica e sustentada por arcos transversais e clerestório de quarto de cano.
A fachada das Praterias (construída no século XII) é a fachada do extremo sul do transepto da catedral, e a única fachada que ainda conserva a sua arquitetura original, românica, com quase nenhuma transformação, exceto pela incorporação de relevos de outras partes da Sé e a construção nas laterais da Torre do Relógio e Torre do Tesouro.
A fachada da Quintana, marcada pelo estilo barroco (construída em 1700), é a fachada oriental da Catedral que dá para a Praça da Quintana, organizada em três painéis nos quais se abrem três portas principais: Porta Real, Porta Santa e Porta dos Abades. A Porta Santa abre-se apenas durante o ano Jacobeu (celebrado cada vez que o dia de Santiago - 25 de julho - calha num Domingo) e no dia 31 de dezembro do ano anterior.
A fachada da Azabachería (construída em 1769), de estilo neoclássico, veio substituir a medieval Fachada do Paraíso, demolida em 1758.
A fachada do Obradoiro (iniciada em 1738) é a fachada ocidental e principal da Catedral de Santiago de Compostela, virada para a Praça do Obradoiro, e marcada por uma combinação de pedra e vidro, destacando-se a grande janela do corpo central e a grande riqueza decorativa e iconográfica. De cada lado desta fachada, encontramos duas grandes torres, que dão o seu aspeto monumental e delgado à catedral: a Torre de Las Campanas (à direita da fachada, ao lado da epístola) e a Torre de La Carraca (à esquerda da fachada, ao lado do evangelho).